Com a aprovação da privatização da Corsan pela Assembleia Legislativa, na terça-feira (31), agora começa a perseguição de um cronograma desafiador para o governo do Estado, que pretende concluir a venda do controle na primeira quinzena de fevereiro de 2022.
É um prazo apertado para uma operação do tamanho — a expectativa é de que a oferta de ações envolva um valor próximo a R$ 3 bilhões — e da complexidade da abertura de capital de uma empresa que depende do poder concedente municipal.
A meta de realizar a oferta pública de ações até 15 de fevereiro foi apontada pelo presidente da Corsan, Roberto Barbuti, durante a apresentação dos resultados do semestre da companhia de saneamento. Segundo o executivo, a estatal já atuava para estar com o processo preparado para quando a Assembleia Legislativa aprovasse a venda do controle da estatal.
A Corsan terá, portanto, quatro meses e meio para acelerar três frentes de preparativos para a capitalização: equacionar com os municípios o formato mais adequado de regionalização do serviço, cumprir as obrigações regulatórias do Marco Legal do Saneamento, que também têm prazo apertado, e ainda montar a operação de oferta de ações propriamente dita.
Como o governo já definiu, a intenção é fazer uma oferta de novas ações, chamada de "primária", e outra de papéis já existentes, chamada de "secundária". Embora já na primeira a participação do Estado, como controlador, já deva ser diluída, é a segunda que completa a saída do Estado do controle da companhia.
A intenção do Piratini não é buscar um sócio estratégico nem um novo controlador, mas pulverizar a venda das ações e manter cerca de 30% do capital. Nesse tipo de operação, seria possível que o governo gaúcho se mantivesse como principal acionista, mas sem as amarras burocráticas existentes em estatais.