O jornalista Rafael Vigna colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
De que a pandemia acelerou a inserção de consumidores no mercado digital não existem dúvidas. Entretanto, aos poucos os dados vão dando a dimensão do tamanho dessa inserção. Entre os consumidores de moda gaúchos, 430 mil passaram a comprar pela internet diante das medidas de distanciamento social.
Os dados fazem parte da pesquisa Consumidor gaúcho de moda — Perfil e hábitos de consumo, elaborada pelo Sebrae. Entre os dias 29 de setembro e 20 de outubro do ano passado, foram entrevistadas 925 pessoas, residentes em 10 municípios gaúchos, incluindo Porto Alegre e Caxias do Sul.
O estudo também indica a adesão das lojas aos canais digitais. Entre os entrevistados, 40,9% respondeu que compraram de lojas que antes da pandemia não vendiam via e-commerce. Outros 38,5% compraram de lojas que já vendiam online. O que representa que quatro em cada 10 estabelecimentos passaram a vender online durante o primeiro ano da pandemia.
Por outro lado, 63,7% dos consumidores passaram a comprar menos artigos de moda, como roupas e calçados. Entre os principais motivos estão a diminuição de renda e preservação da saúde durante a pandemia. No período pré-covid-19, os produtos de moda eram comprados a cada três meses por consumidores gaúchos. Com a covid-19, a média subiu para quatro meses.
Efeito nas lojas de bairro
Entre as lojas que seguiram atuando presencialmente durante o período, as localizadas mais próximas às residências dos consumidores foram beneficiadas. Antes da pandemia, apenas 5,3% dos entrevistados comprava em lojas de bairro.
Durante o período, o volume saltou para 28,5%. O que representa um aumento de 23,2 pontos percentuais. O estudo aponta que 1,7 milhão de consumidores compraram — e continuam comprando — nesse tipo de estabelecimento.
Marcas gaúchas ainda são desconhecidas
Os consumidores citaram 166 marcas de roupa e 91 marcas de calçado. Neste sentido, o estudo constatou que apenas 7,8% conhecem e citam marcas gaúchas. Apenas 5,5% compram das marcas locais. Entre as marcas de roupa citadas estão Renner e Tevah e entre as de calçados aparecem Via Uno e Calçados Beira Rio.
Entretanto, 65,4% dos entrevistados afirmaram que optariam por uma marca gaúcho entre os produtos similares. O que, segundo o estudo, indica que as marcas gaúcha devem elaborar estratégias para se tornarem conhecidas pelos consumidores locais.
*Colaborou Camila Silva