Às vésperas da entrega da CEEE-D à Equatorial Energia e a pouco mais de 20 dias do leilão da CEEE-T, o Palácio Piratini abriu mais uma frente de desestatização: deu a largada na venda da Sulgás.
Nesta quarta-feira (23), foi aberta a sala de informações, que na verdade é um ambiente virtual no qual os candidatos à compra podem obter informações estratégicas sobre a companhia de distribuição.
Assim como a CEEE-T, que tem uma fatia de 33% pertencente à Eletrobras, a Sulgás tem composição acionária mais complexa. O Tesouro do Estado tem 51% da companhia, enquanto os outros 49% são da Gaspetro, por sua vez uma associação entre Petrobras (51%) e Mitsui (49%). No ano passado, a Petrobras começou a negociar a venda do controle da Gaspetro, mas o negócio até agora não foi concluído.
Por isso, a Sulgás é um negócio mais complexo, mas também bastante atrativo, ainda mais neste momento, em que o valor do gás natural que a companhia comercializa está nas alturas, depois de dois reajustes anuais sucessivos acima de 30%. Por outro lado, enfrenta os limites do desenho do gasoduto Brasil-Bolívia, que chega a Canoas com baixa capacidade.
Com a abertura da sala, começam visitas e reuniões técnicas com interessados no controle da Sulgás sobre detalhes técnicos, jurídicos, contábeis e atuariais. O governo também prevê a realização de eventos destinados a investidores (road show, no jargão do mercado financeiro), além de audiência pública, ainda sem data marcada.
Ainda não há data prevista para o leilão nem definição do valor de venda. A avaliação será feita pela EY (Ernst & Young), como "serviço A" e pelo consórcio Pampagás, formado por BR Partnes, Lefosse Advogados, LMDM Consultoria e Vernalha, Guimarães & Pereira Advogados. como "serviço B". Ter dois grupos para definir o valor de venda é orientação do BNDES, que coordena as privatizações gaúchas.