No ano passado, a estiagem afetou o Rio Grande do Sul, com impactos na lavoura, no abastecimento de água e até na geração de energia.
Neste ano, a falta de chuva que mais preocupa ocorre no eixo Sudeste/Centro-Oeste, onde estão as maiores hidrelétricas do país estão com os reservatórios no nível mais baixo em 15 anos. Isso significa que aumentou o risco de apagões no país, justo quando a indústria testa uma nova retomada, exigindo maior fornecimento de energia.
Embora no Estado a situação em média esteja até melhor do que no início de 2020 (veja tabela abaixo), para o abastecimento de energia elétrica no país, inclusive no Rio Grande do Sul, o que importa são as grandes usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste. No mais recente boletim de operação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível médio era de 33,39%, o mais baixo do país e o menor desde 2015.
Uma das consequências da escassez de água na barragens é o aumento da tarifa de energia provocado pela imposição da bandeira vermelha. Para impedir que o nível siga baixando, as hidrelétricas reduzem a operação e entram em funcionamento as térmicas, que não dependem do regime de chuva mas têm custo mais alto. Conforme o jornal Valor Econômico, o ONS alertou para o risco de oferta de energia abaixo da necessária no final deste ano, especialmente em novembro.
Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque nega que os apagões tenham voltado ao radar, mas admite que serão necessárias medidas excepcionais para garantir abastecimento de eletricidade para todos os brasileiros. Entre as medidas sugeridas para evitar a pior consequência da falta de energia, os apagões, estão apressar novas linhas de transmissão para melhorar a administração de carga entre regiões, garantir combustível (gás, óleo, carvão, biomassa) para abastecer as térmicas, adiar a manutenção de hidrelétricas e importar eletricidade de Argentina e Uruguai.
A situação das principais hidrelétricas no RS
Usina % de água no reservatório
Ernestina 24,38
Passo Real 25,82
Jacuí 87,08
Itaúba 58,36
D. Francisca 16,33
Castro Alves 16
Monte Claro 11,64
14 de Julho 4
Garibaldi 74,71
Campos Novos 48,6
Barra Grande 53,25
Machadinho 35,01
Itá 75,75
Passo Fundo 44,92
Monjolinho 60,56
Foz do Chapecó 34,68
São José 44
Passo São João 72,02
Fonte: Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)