Ainda em fevereiro, a forma de reajuste dos combustíveis despertava temores de que o botijão de 13 quilos de gás de cozinha (gás liquefeito de petróleo, o GLP) poderia chegar a R$ 200.
Na época, o valor citado por revendedores foi considerado exagerado, mas nesta segunda-feira (3), a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indicou que o preço já chegou a R$ 120 no Mato Grosso. Na média do Rio Grande do Sul, está em R$ 95.
Em fevereiro, quando Alexandre Borjaili, presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR), projetou o risco de o botijão custar R$ 200, o preço médio nacional era de R$ 77,93, com mínimo de R$ 60 e máximo de R$ 105. O aumento médio, em menos de dois meses, é de 9%.
Na pesquisa mais recente por Estado, a mínima também subiu, para R$ 85 em Alagoas. Em 16 das 27 unidades da federação, está em três dígitos, ou seja, a R$ 100 ou acima. A média, claro, acompanhou, e chegou a R$ 84,99. A máxima de R$ 120 de Mato Grosso já encosta no valor do auxílio emergencial mínimo, de R$ 150.
O aumento do uso da lenha para substituir o gás de cozinha vem sendo relatado com base em observação, mas a pesquisa do IBGE que havia apontado alta de quase 30% entre 2016 e 2019, não inclui mais essa informação. A Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) chegou a desenvolver um protótipo de "fogão solar" coordenado pelo Laboratório de Máquinas Hidráulicas do curso de Engenharia Mecânica, que assa e cozinha alimentos para evitar a retirada de vegetação da caatinga para queimar e substituir o gás de cozinha.