Se as informações conhecidas até agora se confirmarem, a maioria dos brasileiros incluídos na nova fase do auxílio emergencial receberá quatro parcelas de R$ 150.
Estariam neste grupo as pessoas que vivem sozinhas, que representariam mais da metade do universo de beneficiários, ou cerca de 20 milhões de brasileiros.
Conforme pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica em Porto Alegre em fevereiro foi de R$ 632,67. A cesta integral, na região que inclui o Rio Grande do Sul, é formada por 6,6 quilos de carne, 7,5 litros de leite, 4,5 quilos de feijão, 3 quilos de arroz, 1,5 quilos de farinha, 6 quilos de batata, 9 quilos de legumes, 6 quilos de pão francês, 600 gramas de café em pó, 3 quilos de açúcar, 900 gramas de óleo e 750 gramas de manteiga, além de 90 bananas. Ou seja, é muito básica.
Se é verdade que o modelo do auxílio precisava de ajustes, para evitar as distorções e as fraudes que ocorreram em 2020, não pode se tornar esmola, que sequer mate a fome de quem depende da circulação normal das pessoas. Até porque as ações sociais que marcaram o ano passado diminuíram muito. Assim, que receber o benefício mínimo, de R$ 150, terá condições de comprar 1,8 quilo de carne e 1,2 quilo de feijão, mantidas as proporções da cesta básica.
Para lembrar, o valor aprovado no Congresso para bancar o auxílio emergencial é de R$ 44 bilhões, suficiente para bancar cinco parcelas de R$ 250 conforme o diretor do Instituto Fiscal Independente do Senado, Felipe Salto. No modelo que o ministro da Economia, Paulo Guedes tem exposto até agora, famílias de até quatro pessoas receberiam até R$ 375, quando mulheres são as únicas responsáveis por sustentar suas famílias, número estimado em 10 milhões. Nesse caso, seria possível bancar 59,3% da cesta básica de Porto Alegre.