A redução do preço da gasolina nas refinarias brasileiras deixa o valor do combustível com defasagem (o "buraco" para o qual alertou o agora ex-presidente Roberto Castello Branco) em relação ao Exterior, mas não afetou o valor das ações da Petrobras.
Demorou um pouco, mas a coluna descobriu o motivo: ao "baixar" (1,9% na gasolina e 1,8% no diesel, ou seja, quase nada) os combustíveis de consumo direto, a estatal aumentou 25% o preço do asfalto e 18% o chamado "asfalto diluído", ambos derivados de petróleo usados em pavimentação (confira imagem abaixo).
— Foi um tarifaço que pegou todo o setor de surpresa com o índice aplicado de 25%. Esse aumento do preço do asfalto em 25% pode inviabilizar várias obras públicas e privadas, de concessionárias, em estradas e ruas , tanto na pavimentação quanto na conservação — afirmou à coluna Ricardo Lins Portella Nunes, presidente do sindicato que reúne empresas que constroem e pavimentam rodovia, o Sicepot-RS.
Em redes sociais, outros empresários e executivos do segmento foram ainda mais dramáticos. Paulo Nunes Lopes, CEO da Way 306, concessionária da rodovia MS 306, afirmou que o aumento vai provocar "quebra de obras" e redução na velocidade dos projetos.
Antes do novo reajuste, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) havia aprovado um "reequilíbrio de contratos" — na prática, aumento do valor desembolsado pelo governo — para construtoras que atuam com obras públicas rodoviárias. A alta acumulada era de 37%.