O prédio de quatro andares que por muitos anos abrigou a sede da rede de lojas Empo, na Avenida Assis Brasil, em frente ao Viaduto Obirici, em Porto Alegre, teve um destino inusitado.
Em emblemática mudança de foco, tornou-se a mais nova — e a maior — unidade do Anexxo Selt Storage, rede de espaços destinado à armazenagem do que não cabe mais em casa ou nas empresas, que cresceu na pandemia.
Com dois locais, em Porto Alegre e Canoas, já totalmente locados, a empresa precisava de mais capacidade. O edifício de 5,4 mil metros quadrados tem 500 unidades (veja imagem abaixo), entre armários de 1 metro quadrado e minidepósitos de dois a 50 metros quadrados. O prédio passou por remodelação para cumprir padrões internacionais de qualidade, com investimento de R$ 16 milhões.
O Anexxo foi criado pelo empresário Alexandre Logemann em 2017 com base no formato de autoarmazenagem que é muito popular nos Estados Unidos desde os anos 1950. Atualmente, movimenta cerca de US$ 25 bilhões ao ano. A tendência de imóveis compactos no Brasil abriu esse mercado também por aqui. Os boxes podem ser alugados pelo tempo que for preciso e devolvidos quando o espaço extra não for mais preciso.
Na pandemia, o uso dessa alternativa cresceu, tanto de pessoas físicas quanto de jurídicas, com a migração de atividades para o home office e devolução dos espaços comerciais que eram ocupados. Segundo a empresa, lojas e restaurantes que foram forçados a encerrar atividades também optaram por não se desfazer do acervo, aguardando o momento de uma retomada. Outra demanda forte vem do forte crescimento do e-commerce, que usa esses espaços para estoque de mercadorias.
Com o novo espaço, Anexxo Self Storage soma capacidade total de cerca de 15 mil metros quadrados. São mil boxes para locação nesse momento, e há planos de crescimento, com projeção de chegar ao final do ano com cerca de 1,5 mil. O próximo endereço já está definido: será na Avenida Azenha e terá 5,3 mil metros quadrados, com outros 500 boxes.
— Diferentemente de outras empresas que atuam no mercado nacional, somos um negócio familiar brasileiro. Nosso plano estratégico é sempre dobrar de tamanho, a cada três ou quatro anos. Estamos avaliando outros dois pontos da Região Sul — diz Logemann, que estima o crescimento do negócio em 32% ao ano.
