A coluna já relatou a criação do cyber yuan, a moeda virtual do Banco Popular da China e os estudos do Federal Reserve (Fed) sobre um futuro dólar digital.
Como circulou a especulação sobre um "real virtual", a coluna foi checar com o Banco Central do Brasil. E está confirmado: há estudos para criação de uma criptomoeda oficial verde-amarela.
A nota da assessoria do BC veio curta e sem detalhamento, mas é bom preparar o espírito para um lobo-guará digital:
"Como na maioria dos bancos centrais, o tema segue sendo estudado no BC. Tão logo concluídos os estudos, o BC deverá divulgar informações sobre o tema."
Na quarta-feira (19), a forte queda do bitcoin e de várias outras criptomoedas foi atribuída à proibição de circulação na China e ao avanço da regulação e do avanço da adoção de versões oficiais dessa alternativa. Em vez de criar normas para conter o que nasceu como alternativa "irregulável", com todos os riscos que isso embute, os BCs decidiram substituir as moedas rebeldes por versões cripto de suas próprias denominações.
Pela curta confirmação do BC, não dá para saber em que fase está essa análise (sim, a pergunta foi feita, mas não foi respondida). As especulações são de que poderia avançar para começar a sair do papel já no próximo ano. Parece acelerado demais, mas o BC tem um caso bem-sucedido para se espelhar: o Pix, lançado em novembro passado, transformou-se o meio de pagamento mais usado no país em cinco meses.
O sistema de pagamentos instantâneos nasceu cercado de dúvida e temores, mas alcançou em abril um saldo de R$ 1 trilhão movimentado pelo Pix. Em número, foram 499,8 milhões. Isso significa 51% de todas as operações de pagamento, superando inclusive os boletos, mas sem contar as com cartão de crédito. Foram cadastradas 230 milhões de chaves, mais do que a população brasileira (212 milhões), porque cada pessoa pode ter várias.