Cassio Bobsin, fundador da Zenvia, gosta de contar que criou a empresa com uma mesa e dois computadores em Porto Alegre.
No final do ano passado, mudou a sede para São Paulo e agora está dando um passo ainda maior: vai abrir capital, ou seja, lançar ações, na Nasdaq, a bolsa de tecnologia de Nova York.
O negócio da empresa é fornecer soluções para as empresas se comunicarem com seus clientes, por chat, SMS, WhatsApp ou outras formas de contato, usando inteligência artificial "feita em casa". A demanda explodiu em 2020 e aproximou Bobsin do plano de ter a maior empresa da América Latina no segmento de plataforma de comunicação.
A coluna pediu detalhes a Bobsin, que explicou já estar no período de silêncio que antecede o lançamento de ações e não pode comentar. Mas enviou nota oficial em que confirma o movimento:
"A Zenvia confirma ter protocolado ontem, 15/04, e se tornou público hoje (16/04), o pedido de registro para realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), na Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador do mercado de capitais americano). A oferta será realizada na Nasdaq. Assim que possível, a Zenvia divulgará mais informações."
O valor de US$ 100 milhões (cerca de R$ 558 milhões, pelo câmbio atual) desejado é uma estimativa de mercado baseada no potencial da empresa. Entre a mudança para São Paulo e a abertura de capital na Nasdaq, no mês passado a Zenvia se reforçou com a entrada de um novo sócio, Fernando Wosniak Steler, de outra startup do segmento, a D1. Na época, informou que as duas empresas unidas somavam faturamento de cerca de R$ 500 milhões em 2020.
Em 2019, participando de evento da coluna, Bobsin havia confirmado que a tecnologia de inteligência artificial usada pela Zenvia era desenvolvida aqui mesmo, e afirmara:
– Tecnologia feita em Porto Alegre não deve nada à do Vale do Silício (releia aqui a entrevista clicando aqui).
Leia mais na coluna de Marta Sfredo