Não é só no Rio Grande do Sul: o agravamento da pandemia impôs novas medidas restritivas em todo o Brasil. É triste, tristíssimo, que tenhamos de voltar um ano no tempo.
Conforme a Fiocruz, há UTIs lotadas em 17 capitais. Há toque de recolher em pelo menos oito Estados e 15 cidades. Diante das novas perdas, é urgente também retomar as medidas adotadas há um ano: reforçar o crédito e flexibilizar as regras do trabalho.
Estão certos os gestores, públicos e privados, que o momento exige concentrar energia na busca de soluções, não na identificação dos culpados. Esse esforço já vai exigir muito de todos, especialmente pela necessidade de reagrupar forças desgastadas por um ano de batalhas.
Mas não há alternativa: para enfrentar mais uma etapa de restrição a atividades, será essencial acelerar a volta do auxílio emergencial, rever prazos e condições de empréstimos já concedidos e buscar fontes para garantir novas linhas, além de acelerar a renovação da MP que permite suspender contratos de trabalho e reduzir jornadas e salários.
Apesar de todos os problemas provocados pela covid-19, foram essas medidas que, se não impediram perdas graves para a economia, travaram o derretimento da atividade e transformaram projeções abismais em uma queda profunda, mas menos dramática. Mesmo o triste, tristíssimo, aumento do desemprego no ano passado foi suavizado por essas medidas. Se era difícil em 2020, quando a situação das contas públicas era ruim, será missão ainda mais desafiadora neste 2021.
A diferença agora é que há um horizonte: quanto mais se acelerar a vacinação, mais curto será o período de mais renúncia de receitas e despesas maiores no setor público. Ao longo de 2020, os instrumentos de compensação econômica não alcançaram a todos, foram alvo de distorções e fraudes.
O conjunto das medidas de socorro permitiram resultados impensáveis nos primeiros meses da pandemia: algumas empresas alcançaram resultados historicamente positivos. Também é hora de as companhias que se fortaleceram voltarem a contribuir com essa nova etapa de luta pela sobrevivência. É triste, tristíssimo. Mas é o que precisamos fazer.