Sob a liderança de Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, foi lançada oficialmente na tarde desta terça-feira (9) a campanha Unidos pela Vacina.
O objetivo é polêmico: imunizar todos os brasileiros contra o coronavírus até setembro.
– Sabemos que é um desafio, mas queremos vencê-lo. Não vamos sair comprando vacina, mas podemos agilizar, construir pontes e eliminar obstáculos. Podemos chegar a julho e dizer 'não vamos conseguir, vai faltar vacina'. Mas se a gente não se impõe uma meta, não se desafia – justificou.
E um tanto pressionada pelos jornalistas que participaram da coletiva virtual, entre os quais a jornalista que assina esta coluna, cometeu uma pequena inconfidência:
– Eu nem deveria dizer, porque não combinei com ela, mas ouvimos a Margareth (Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz), e ela disse que, se a gente trabalhar direitinho, dá para fazer até julho. Eu me acho muito audaciosa como empreendedora, mas ela foi mais.
Com a participação de Marcelo Silva, presidente do Instituto Brasileiro do Varejo (IDV), Eduardo Sirotsky Melzer, CEO da EB Capital e acionista do Grupo RBS, e Betânia Tanure, fundadora da consultoria empresarial que leva seu nome, a entrevista coletiva definiu os princípios do movimento, mas as ações concretas ainda esperam os resultados de pesquisa coordenada por Renato Meirelles, do Instituto Locomotiva, que vai levantar necessidades dos 5.570 municípios do país.
Uma das preocupações do grupo foi se desvincular da iniciativa de empresários de comprar vacinas para suas empresas e destinar outro tanto para o governo federal.
– Quero deixar bem claro que conversei com esses empresários e eles estavam com a melhor das boas intenções. Não sabiam que não era possível fazer. Mas perceberam que dinheiro não é o problema. Se fosse, seria até mais fácil. Não temos qualquer outro interesse a não ser destravar o Brasil. Está muito sofrido, está mais perto. Morreu o pai de um, a mãe de outro, o amigo de 48 anos. A gente pode até não conseguir, mas vamos tentar fazer o máximo que puder fazer – disse Luiza, já um pouco emocionada, na terceira pergunta sobre o assunto, uma das quais da coluna.
Diante da pergunta sobre o cálculo feito por empresários sobre os ganhos com a antecipação da vacina, a empresária afirmou que ninguém fez essa conta.
– Estamos pensando na solução, e não vemos outra a não ser a vacina, não estamos fazendo contas.
Segundo Melzer, que coordena o grupo de comunicação e marketing da Unidos pela Vacina, no próximo final de semana devem estrear as primeiras peças de uma campanha criada por Nizan Guanaes com a agência África para uma mobilização nacional a favor da vacina. O mote deve ser grandes rivais em várias atividades que concordam sobre a imunização.