Após o anúncio do fim da produção da Ford no país, o governo federal seguirá em busca de medidas que reduzam o custo Brasil, afirma Gustavo Ene, secretário de Desenvolvimento da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação do Ministério da Economia. Gaúcho de Porto Alegre, Ene conversou com a coluna nesta sexta-feira (15), após encontrar líderes empresariais e visitar fábricas na Serra.
Durante a agenda, o secretário recebeu na quinta (14) uma carta com demandas do Simecs, que representa a indústria metalmecânica de Caxias do Sul e região. Entre os pedidos da entidade, melhorias em logística e andamento das reformas administrativa e tributária.
Ene indicou que a visita à Serra ocorreu devido à importância das fábricas locais dentro da indústria gaúcha e brasileira. Na região, há companhias que fornecem equipamentos para o setor automobilístico.
O secretário diz lamentar a decisão da Ford e entende que a montadora está buscando novo modelo de negócios – a produção de carros de maior valor agregado fica na Argentina. Ao comentar o assunto, menciona que a prioridade do governo será a requalificação dos trabalhadores que vão perder os empregos com o fim das operações da multinacional.
Pelo menos 5 mil pessoas devem ser demitidas no país. Para permitir que elas busquem novas oportunidades em outros setores, o governo pretende realizar ações em parceria com o Senai.
– Foi uma decisão empresarial (da Ford) de troca de portfólio global. Nosso foco é na requalificação das pessoas que vão sofrer de forma mais dura com essa decisão. O custo Brasil não impacta só a Ford, mas todas as grandes indústrias e, principalmente, as micro e pequenas. A única solução é nos unirmos, Executivo, Congresso e sociedade, para acelerar as medidas de redução de custos.