Em junho, a coluna mostrou a campanha da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) para conscientizar os consumidores sobre a disseminação do vírus. A ideia era clara: para evitar restrições às atividades, era necessário obedecer protocolos sanitários.
Nesta semana, após o governador Eduardo Leite subir o tom e alertar sobre a possibilidade de ampliar as restrições no Estado, a AGV decidiu que era hora de retomar o projeto. Desta vez, a campanha (veja abaixo) tem como foco central as compras do final de ano.
Segundo o presidente da AGV, Sérgio Galbinski, a "luz amarela" já havia sido acessa pela coordenadora do Comitê de Crise do governo do Estado, Leany Lemos:
— Fazemos parte do grupo e há dias a Leany estava dando sinais de alerta. O pronunciamento do governador só confirmou o que já esperávamos. Atualizamos a campanha com a frase 'Espalhe essa ideia para não espalhar o vírus' para reforçar a ideia de que a economia só vai girar se cada um fizer a sua parte.
Na terça-feira (24), Eduardo Leite afirmou que o governo estuda alterativas para não impor maiores dificuldades econômica no momento em que as pessoas esperam uma retomada, mas que não descarta a adoção de medidas mais restritivas, caso seja necessário.
Proprietário da loja Casa Louro, localizada no Moinhos Shopping, em Porto Alegre, Galbinski entende que, mesmo se as lojas não fecharem, as pessoas podem não ir às compras com medo de contágio.
— As pessoas precisam fazer a sua parte. É simples, não tem mistério. Se o contágio aumenta, os clientes vêm menos. Obviamente, as pessoas não querem se expôr. Já estamos há cerca de três meses operando 'normalmente' e as pessoas ainda têm dúvidas sobre os protocolos a seguir — pondera.
Para Galbinski os empresários também são responsáveis pela educação da população:
— Dentro as lojas, as pessoas seguem todos os protocolos estipulados. Da porta para fora, a prevenção deve ser a mesma. Nós podemos auxiliar a população nessa conscientização.
Atualmente, Porto Alegre está na bandeira laranja do mapa de distanciamento controlado no Estado. A decisão foi tomada pelo Gabinete de Crise após a Capital entrar com um recurso. Na sexta-feira (20), o mapa preliminar indicava que a região apresentava alto risco de contágio, por isso, estaria com a bandeira vermelha.
Apesar de manter o município na bandeira que indica risco médio, o governo alertou para "a relação de leitos livres por leitos ocupados por covid", que é a pior das últimas nove semanas na macrorregião Metropolitana, segundo o governo estadual.
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