Como a coluna havia antecipado na semana passada, nesta segunda-feira (31) investidores participaram de uma reunião online com representantes do setores público e privado do Rio Grande do Sul e do governo federal para discutir a possível retomada da construção de uma térmica em Rio Grande, associada a um terminal de regaseificação.
Ainda no primeiro semestre deste ano, um projeto que previa investimento de até
R$ 3 bilhões foi definitivamente descartado. Entre os impasses, foram apontados problemas com licenciamento ambiental.
À coluna, o secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Artur Lemos, fez um relato entusiasmado do encontro. Disse ter aproveitado a audiência de cerca de 60 participantes para apresentar um mapa das potencialidades do Estado na área e mostrou que o Rio Grande do Sul já apresentou avanços na rapidez da concessão de licenciamento ambiental:
— Estamos avançando em melhorias, sabemos que ainda não é o ideal, mas estamos melhorando, sim. Usei com exemplo o fato de as linhas de transmissão terem sido antecipadas em dois anos, pois o prazo do licenciamento teve a atenção devida desses projetos estruturantes. Além disso, também defendi que é importante que os estudos apresentados sejam sempre discutidos tecnicamente com órgãos ambientais e sejam apresentados o mais objetivamente possível com as informações necessárias.
Além disso, Lemos também defendeu que as privatizações do setor em andamento no Estado criam ambiente favorável para investimentos no setor.
— O primeiro ponto é a venda da Sulgás. Após a aprovação do marco regulatório do gás, vender a companhia terá mais apelo. O segundo é a venda da Refap, já que se eles (os novos controladores da refinaria) forem ampliar e diversificar, precisarão de insumo. O terceiro é a venda da UTE Sepé Tiaraju, em Canoas. Já que não dá para uma termelétrica como essa queimar óleo, quem comprar vai precisar de gás. Outro é a venda da CEEE Geração (previsto para 2021), que vai ter todo um portfólio de avanço neste sentido — defende Lemos.
A reunião teve a presença do secretário de planejamento e desenvolvimento energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive de Barros, de representantes da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas (Abraget), o deputado estadual Fábio Branco (MDB), de Rio Grande, o senador Lasier Martins (Podemos-RS), ambos defensores do projeto, e do presidente da Fiergs, Gilberto Petry, entre outros.
Durante o encontro, Barros citou a intenção do governo em realizar leilões de energia até dezembro de 2021 para garantir as necessidades das distribuidoras e abrir espaço para a termelétrica de Rio Grande.