Diante das restrições no funcionamento do comércio durante a pandemia de covid-19, a rede catarinense Havan confirmou à coluna a suspensão de contrato de trabalho de 11 mil funcionários. A decisão se baseia na Medida Provisória (MP) 936/2020 que, entre outras ações, autoriza que os empresários congelem os contratos dos seus colaboradores, mantendo o vínculo empregatício. O número de incluídos na medida representa metade do quadro da empresa, formado por aproximadamente 22 mil pessoas.
No Rio Grande do Sul, onde a Havan tem 800 funcionários distribuídos em seis unidades — Caxias do Sul, Ijuí, Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo e Viamão —, 677 colaboradores terão seus contratos suspensos, confirmou a empresa à coluna.
Segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários de Caxias do Sul, Nilvon Riboldi Filho, a tendência é de que a empresa suspenda o contrato de 50% dos funcionários, cerca de 54 pessoas:
— Falei com representantes da loja nesta manhã (de quinta-feira, 16). Caso o comércio de Caxias volte a funcionar, a empresa vai abrir com 50% do quadro de funcionários. Os outros terão seus contratos suspensos por 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.
No início da tarde, o governador Eduardo Leite anunciou a permissão de abertura do comércio na Serra Gaúcha. Em Caxias do Sul, a Havan emprega 109 pessoas. Em Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, a empresa vai suspender o contrato de 120 funcionários. A unidade foi inaugurada em dezembro passado. Segundo o presidente do Sindicato dos Comerciários de Viamão e secretário-geral da Federação dos Comerciários do RS (Fecosul), Paulo Ferreira, a empresa vai encaminhar a suspensão do contrato por 60 dias, com início em 1º de abril:
— O sindicato vai homologar o acordo com a empresa, em razão da MP 936.
O presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Maria, Rogério Reis, informou que a empresa encaminhou a suspensão do contrato de 95 colaboradores. A MP prevê pagamento de 30% do salário do empregado pela empresa. O governo complementa a remuneração com até 70% do valor do seguro-desemprego a que o funcionário teria direito. O modelo adotado pela empresa garante quatro meses da estabilidade para os funcionários. Em nota, a empresa informou que outros colaboradores receberam férias ou estão trabalhando em home office.
Ainda de acordo com a empresa, circulam nas redes sociais informações de que a rede teria demitido 2 mil funcionários. Em nota, o proprietário da empresa, Luciano Hang, afirmou que a informação é "mentirosa" e acrescentou que a informação é "obra dos sites de esquerda que estão articulados para desestabilizar o Brasil".
* Colaborou Camila Silva