Correção: a Lojas Renner havia enviado nota à coluna em que informava ter adotado redução de jornada e de salário para "25% de todo quadro da empresa em atividade - incluindo principais executivos, diretor presidente e o Conselho de Administração - e a suspensão de contrato de trabalho para os demais". O texto abaixo está corrigido com informações do CEO da empresa.
Uma das primeiras redes nacionais a fechar as portas, a Lojas Renner vai adotar duas das medidas oferecidas pelo governo federal na Medida Provisória 936 para administrar pessoal durante a pandemia de coronavírus. A companhia vai suspender contratos de 21% de seus cerca de 23 mil funcionários a partir desta quinta-feira (16). Outros 79% terão redução de jornada e de salário de 25%, confirmou à coluna o CEO da Lojas Renner, Fabio Faccio. Conforme o executivo, a empresa buscou as alternativas que mais preservassem a renda dos empregados:
– Procuramos mitigar ao máximo qualquer problema para as equipes. Não usamos as duas outras alternativas, que permitem redução de 50% e até 75% de jornada e salário porque representaria muita perda de renda. Optamos por preservar ao máximo a remuneração dos nossos quadros. Para a maior parte dos funcionários, o governo compensa quase integralmente a renda, então estarão trabalhando 25% a menos e continuam ganhando quase o mesmo.
Segundo Faccio, ele mesmo e todos os integrantes da diretoria e do conselho de administração também vão ter 25% de redução nos salários, nesse caso, sem compensação. A data de início da nova estratégia é quinta-feira (16), explica, porque era o prazo em que boa parte dos funcionários começaria a voltar do período de férias concedidos pela empresa como primeira estratégia anticrise e antidemissão.
Faccio detalhou que mesmo funcionários com pouca atividade foram incluídos na redução de 25% da jornada e do salário para preservar a remuneração. A suspensão de contrato, que tem compensação pelas regras do seguro-desemprego, é voltada para os funcionários de lojas físicas, que seguem fechadas e sem previsão de abertura. Os acordos de redução de jornada e de salário e de suspensão dos contratos foram negociados coletivamente, com sindicatos de Porto Alegre, São Paulo e ABC Paulista, exemplificou o executivo.