Fabricantes de máquinas e equipamentos brasileiros projetam aumentar suas exportações para a América Latina. A expectativa é baseada na escassez de produtos provocada pela parada na produção e no transporte causada pelo coronavírus. Brasil e China são concorrentes na venda de produtos como máquinas de prensa e máquinas injetoras, detalha o vice-presidente da Associação Brasileira de Indústria de Máquinas e Equipamentos do Rio Grande do Sul (Abimaq-RS), Hernane Cauduro. Segundo o executivo, embora os preços brasileiros sejam um pouco maiores, a vantagem é garantir a entrega.
Concorrência com a China
"Como a China vai atrasar a entrega ou não conseguir fornecer, abre oportunidades. Somos um setor exportador, nosso principal mercado é a América Latina. O cliente vai pesar quanto o atraso na chegada de uma máquina pode impactar na sua produção. Se planeja lançar um novo produto, por exemplo, vai suspender? Por isso, entendemos que haverá oportunidade. Também podemos ocupar espaço dentro do país. Em 2019, 18% das máquinas vendidas no Brasil vieram da China. Isso ainda é projeção, porque é tudo muito recente."
Importação de componentes chineses
"Em comparação com setores como o de eletroeletrônicos, considerados 'superdependentes' da China, a falta de componentes asiáticos não é tão prejudicial. Algumas empresas conseguem trocar de fornecedor. Buscam peças na Suécia, na Alemanha, na Itália. Não dá para estimar com precisão, mas para nós o impacto é limitado."
Situação atual do setor
"O setor de máquina e equipamentos vem em recuperação. A previsão era de crescimento em torno de 10%. O câmbio está muito favorável, o juro caiu, isso reduz custos para investimentos. A confiança do empresariado vem aumentando."
*Colaborou Camila Silva