O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
Embora o coronavírus espalhe preocupação na economia, não há motivos neste momento para temor de falta de produtos nos supermercados gaúchos, diz Antônio Cesa Longo, presidente da Agas, que representa o setor. O dirigente afirma que os consumidores devem manter a tranquilidade, mas reconhece que a pandemia pode atrasar o recebimento de itens específicos na área de higiene. Entre eles, álcool gel, cujo uso é indicado para limpeza das mãos.
– Não há motivo para falta de produtos. As empresas têm estoques – pontua.
Longo menciona que a venda de álcool gel nos supermercados, antes do problema sanitário, era "muito pequena". Com o avanço do vírus, houve salto na procura pelo produto.
– O supermercado que vendia uma embalagem por dia passou a vender cem. Grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, costumam ser abastecidos antes. É possível que haja uma demora a mais para receber produtos. O que antes chegava na segunda pode vir na sexta-feira. Há outros itens de limpeza que podem ajudar, como álcool – comenta.
O dirigente acrescenta que, se escolas paralisarem as atividades, é provável que os pais tenham de ficar com as crianças em casa, o que pode reduzir as equipes de atendimento nos supermercados.
– Daqui a pouco pode ter mais fila na padaria ou no açougue – diz Longo.
Pesquisa realizada pela Agas detectou avanço recente nos preços de parte dos produtos de higiene e limpeza nas gôndolas gaúchas. Entre a primeira semana de fevereiro e igual período de março, o valor do pacote de papel higiênico com quatro unidades, por exemplo, passou de R$ 4,32 para R$ 4,61, alta de 6,7%.
Diante das dificuldades que o coronavírus pode causar tanto para empresas quanto para consumidores, cresce no país a expectativa de que o governo federal confirme medidas para atenuar possíveis prejuízos. O ministro Paulo Guedes prometeu anunciar até segunda-feira (16) pacote de ações. Na esfera monetária, possível estímulo pode ser definido na quarta-feira (18), quando há chance de comitê do Banco Central (BC) voltar a cortar o juro básico.
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