O jornalista Leonardo Vieceli colabora com a colunista Marta Sfredo, titular deste espaço.
O Instituto Semeia acompanha parcerias público-privadas (PPPs) em parques do país. Nesta semana, o diretor-presidente da organização, Fernando Pieroni, participou de reuniões do BNDES com possíveis investidores em concessões que começam a ser desenhadas no Estado: Aparados da Serra e Serra Geral, em Cambará do Sul. Os projetos preveem parcerias de 30 anos com a iniciativa privada — os editais ainda não foram lançados.
Como descreve a atuação do Instituto Semeia no país?
O instituto é uma ONG (organização não governamental) que apoia governos em busca de melhora na gestão dos parques. Independentemente das pessoas, os governos têm dificuldades para gerir esses espaços, seja por falta de recursos ou pela burocracia que engessa a mão do gestor. Acreditamos que é válida a aproximação com a iniciativa privada. O Semeia não recebe dinheiro público e não tem recursos de empresas interessadas em concessões. Isso nos dá neutralidade.
Quais são os projetos apoiados pelo instituto no RS?
O projeto da fase 2 da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, é o que está em estágio mais avançado. O edital está na rua. Provavelmente, em março, haverá seleção do parceiro público. Esperamos que seja bem sucedido. Também temos relação com o governo federal nas propostas referentes a Aparados da Serra e Serra Geral (na divisa do RS com SC).
Os projetos na Serra são atrativos à iniciativa privada?
A iniciativa de seguir adiante com os projetos de parcerias é muito positiva. Quando olho para as propostas de editais, vejo que a governança do projeto foi aprimorada, e isso se refletiu no contrato colocado em discussão pública. Recentemente, houve audiência com a população. Isso captura diferentes pontos de vista. A iniciativa é do governo, mas tem de ser capaz de atrair empresas privadas, prestar serviço bom para a sociedade, tem toda a parte da conservação. É preciso equilibrar diferentes pontos de vista. Se acho que vai atrair interessados? Acho que vai, justamente por ser um contrato equilibrado.