A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviou alerta aos portos brasileiros nesta quinta-feira (23), diante dos casos de doença respiratória causada por coronavírus na China, com registros em outros países. Conforme Henrique Ilha, diretor de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS) do Porto de Rio Grande, detalha que, até agora, só existe um alerta de que o problema existe e é grave. É o primeiro passo para começar um processo de contato entre diversos órgãos, mas ainda não há qualquer tipo de restrição.
A única providência mais concreta é o contato da Anvisa com agências de navegação para recolher informações sobre a procedência dos navios que estão passando ou vão passar pelos portos brasileiros. Até o momento, as informações disponíveis dão conta de que o tempo de incubação do coronavírus é de até 10 dias. Isso significa que, se uma pessoa foi infectada, começará a ter sintomas nesse prazo.
Para os portos, esse dado é importante porque uma viagem de navio da China até Rio Grande, por exemplo, demora cerca de 20 dias. Isso significa, explica Ilha, que não há risco de que uma pessoa já contaminada, mas ainda assintomática, passe por eventuais controles que venham a ser adotados. Não é o caso dos aeroportos, que mesmo que implantes controles de temperatura, por exemplo, podem deixar passar um doente assintomático.
O diretor de QSMS do porto gaúcho afirma que os terminais marítimos aguardam instruções da Anvisa. Em episódios de pandemias globais – a Organização Mundial da Saúde informou nesta quinta-feira (23) que "é cedo" para falar em emergência global –, já foi necessário adotar quarentenas no porto, relata Ilha.
Nessa época, a atracação de navios chineses no Porto de Rio Grande é menor porque é um período que antecede os embarques de soja, principal produto gaúcho comprado pelo país asiático. O auge da movimentação com bandeiras vermelhas é entre março e maio.