Wuhan, megacidade chinesa, com mais de 10 milhões de habitantes, foi fechada, na manhã desta quinta-feira (23). Além dela, os municípios de Huanggang, com 7,5 milhões de pessoas, e de Ezhou, com população superior a 1 milhão, foram isolados pelas autoridades locais. As três ficam na província de Hubei. As medidas incluem a suspensão de circulação de todo e qualquer tipo de transporte público urbano, além das saídas via canais, aeroportos e estações rodoviárias. A determinação visa combater o avanço do coronavírus, afirmou o governo do China. As informações são do portal chinês Xinhuanet.
O coronavírus é uma família de vírus que causa síndromes respiratórias como resfriado e pneumonia. Versões mais severas causam doenças piores, como a temida Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars, sigla em inglês), responsável pela morte de mais de 600 pessoas na China e em Hong Kong entre 2002 e 2003. A versão de vírus que circula agora é uma espécie nova, desconhecida da comunidade médica.
Os cidadãos não devem deixar estas cidades sem motivos específicos, de acordo com um aviso emitido nas primeiras horas desta quinta-feira (23) por Wuhan para o controle e tratamento de pneumonia causada pelo novo coronavírus.
Por volta da 1h da manhã (horário de Brasília) — 10h, em Wuhan —, todas as estações de metrô de Wuhan estavam fechadas. Todas as entradas da estação ferroviária da cidade e muitas entradas da via expressa na província de Hubei, onde Wuhan está localizada, foram suspensas também. Alguns passageiros, inclusive, chegaram a ficar presos nas estações ou aeroportos, informou o portal Xinhuanet.
Máscaras em falta
As autoridades de Wuhan exigem que todos os moradores da megalópole usem máscaras em locais públicos, com o objetivo de evitar a propagação do vírus. Um aviso emitido pela prefeitura do município de Wuhan exige que "funcionários de órgãos, empresas e instituições do Estado devem usar máscaras no trabalho, e os operadores de locais públicos devem criar sinais atraentes para solicitar que os moradores usem máscaras antes de entrar". Há ainda penalização para os que não fizerem uso da proteção.
O problema é que há relatos de que este item está em falta nas farmácias locais e a Sociedade da Cruz Vermelha, da China, já abriu linha de atendimento 24 horas para receber doações deste produto, mas também de roupas de proteção e desinfetantes, entre outros.
Em todo o país, pelo menos 17 pessoas pessoas morreram e mais de 571 casos foram confirmados em 25 regiões no nível provincial do país até esta quinta-feira, informam autoridades chinesas.