Uma nova planta de produção de celulose no Estado segue nos planos da chilena CMPC, que acabou de completar uma década de atividade no Brasil, que iniciou com a compra da Aracruz, em 2009. Conforme Maurício Harger, diretor-geral da operação de Guaíba, ter a propriedade das terras que servirão de base florestal para a nova unidade não é mais uma condição para tirar o plano do papel, como antes. Mas ponderou que a segurança jurídica dada pela possibilidade de adquirir área encurtaria prazo e orçamento do projeto.
– Existem outros instrumentos para viabilizar o aumento de base florestal de que necessitamos, como parceria com donos de terra ou até a formação de um fundo florestal – afirmou nesta quarta-feira (12), em encontro com jornalistas.
Harger ponderou que o avanço de um projeto que tramita no Senado permitindo a aquisição por estrangeiros, ainda que com restrições, pode acelerar a "eventual expansão". Observou, porém, que o projeto é de "longo prazo". A coluna quis saber o que isso significa exatamente, e o executivo respondeu que precisa de ao menos sete anos. Não por acaso, esse é o tempo que uma árvore do tipo que a indústria precisa leva entre o plantio e a colheita.
– A propriedade da terra não é mais uma condicionante, mas sem isso leva mais tempo e exige mais dinheiro – reforçou Harger à coluna.
A CMPC apresentou um balanço de seu impacto na economia do Estado. Conforme o estudo elaborado pelos economistas Adelar Fochezatto e Ely Mattos, da PUCRS, a empresa investiu R$ 12 bi em 10 anos. Com 6,4 mil empregos diretos, a empresa gera sete postos de trabalho indiretos a cada contratado, o que significa que responde por 44,8 mil pessoas ocupadas em torno da atividade.