Para um Estado que prepara a privatização de três estatais – CRM, CEEE e Sulgás – e a abertura de capital da Corsan, o resultado do leilão para escolha do sócio privado da parceria público-privada (PPP) para obras de saneamento na região metropolitana de Porto Alegre é um boa notícia. Houve forte disputa entre as interessadas, o que resultou, trocando em miúdos, em redução de 37,92% na futura tarifa a ser cobrada dos usuários.
– É um excelente sinal – reagiu o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos.
Conforme o secretário, o resultado com o deságio representa redução no valor a ser remunerado pela tarifa, em 35 anos, de R$ 9,5 bilhões para R$ 6,6 bilhões. A disputa entre as empresas do segmento demostrou interesse por atuar no saneamento mesmo diante da incerteza com um novo marco regulatório para a área que tramita no Congresso.
A vencedora, Aegea, é a maior empresa privada de saneamento do país, criada em 2010. Seu principal acionista é o Grupo Equipav, que tem mais de 50 anos de atuação na infraestrutura, com empresas de mineração (Sarpav e Minerpav) e engenharia.
A concorrência também demonstrou interesse de grandes companhias de infraestrutura de atuar no Rio Grande do Sul. Com três estatais da área para vender e outra para disputar capital, o Estado ganha visibilidade aos olhos dos investidores. É uma recuperação até de imagem, depois do fracasso da venda de ações do Banrisul.
Depois de encerrado esse processo, a intenção da Corsan é lançar outras quatro PPPs no Estado. A prioridade, como havia antecipado à coluna o presidente da estatal, Roberto Barbuti, é a Serra, que enfrenta problemas de abastecimento.