A antecipação da licença ambiental para duas subestações a cargo da Transmissora Aliança de Energia (Taesa) deve confirmar uma situação rara: a entrega de uma obra antes do prazo. Nesse caso, trata-se da aceleração de obras de reforço no transporte de energia no Estado na Fronteira Oeste. A data inicialmente prevista para concluir essa aprovação era março de 2021. A Fepam concedeu duas licenças – prévia e de instalação, que permite o início de construção das estruturas –, no final de outubro.
Subestações são equipamentos essenciais nesse tipo de operação porque correspondem a uma espécie de ponte niveladora entre o nível de tensão com que a eletricidade chega do ponto de origem, a geração, e o que precisa ser transportado até a próxima conexão, as linhas de distribuição. Com essas obras saindo do chão, a Taesa poderá cumprir a promessa de entregar antes do prazo final o conjunto dos compromissos.
O investimento da empresa é estimado em R$ 630 milhões e inclui cerca de de 590 quilômetros em quatro linhas de transmissão entre Santana do Livramento e Alegrete, Maçambará e Santa Maria. O traçado inclui o parque eólico de Cerro Chato, em Livramento, cuja alta capacidade de geração havia ajudado a comprometer a capacidade do sistema regional de absorver novos projetos de geração.
Um dos objetivos do conjunto de reforços na transmissão de energia do Rio Grande do Sul é exatamente permitir a conexão de novas cargas ao sistema regional, que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia considerada esgotada. Esse fortalecimento da estrutura estava previsto no Lote A, separado em vários trechos e relicitado por incapacidade da Eletrosul e desistência do sócio chinês que assumiria o serviço. Teve de ser separado em cinco etapas, porque os investimentos eram muito elevados.
O caminho da energia começa com a geração, em hidrelétricas, térmicas, parques eólicos ou fazendas solares. Para chegar à casa dos consumidores, a eletricidade precisa passar por dois tipos de "caminhos", a transmissão – espécie de transporte no atacado, ou seja, em tensão mais elevada –, e a distribuição, com tensão adequada para alimentar as residências. Em cada uma dessas etapas, a adequação da tensão é feita em subestações.