Marta Sfredo

Marta Sfredo

A coluna online é um pouco diferente da GPS da Economia, de Zero Hora, que também assino. Aqui, cabe tudo. No jornal impresso, o foco é em análise dos temas que determinam a economia (juro, inflação, câmbio, PIB), universo empresarial e investimentos.

Dificuldades gaúchas

Mais riscos, agora para projetos de R$ 18 bilhões em energia eólica

Falta de conexão com o sistema de transmissão ameaça barrar empreendimentos no Estado em leilão previsto para dezembro

Marta Sfredo

Enviar email

Está sendo uma semana difícil para projetos de geração de energia no Estado. Na segunda-feira, o BNDES anunciou a decisão de eliminar financiamento para térmicas a carvão, ameaçando investimentos de R$ 15 bilhões para usar o minério gaúcho. Agora, surge outro risco para um potencial de até R$ 18 bilhões em empreendimentos eólicos. A nota técnica 121/2016 do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) compromete as chances de candidatos ao leilão de reserva previsto para dezembro.

Na avaliação do órgão que gerencia o sistema elétrico, o Estado não teria condições de receber mais geração eólica por falta de conexão com a rede de transmissão. A dificuldade é que a linha de 525 quilovolts (kV) que a Eletrosul deveria estar construindo entre Povo Novo e Nova Santa Rita está com obras atrasadas. Para evitar problemas ocorridos no Nordeste, quando vários parques foram construídos sem condições de transportar a energia até os consumidores, a recomendação é não aprovar projetos no Estado.

Leia mais
Projetos de R$ 15 bilhões no Estado não terão apoio do BNDES
Depois do Badesul, BNDES mira agora outras agências de fomento
PPI poderá superar BNDES-dependência?

Era só o que faltava. Na nota técnica, o ONS descreve assim a situação: ''capacidade remanescente nula para escoamento de energia elétrica no Estado do Rio Grande do Sul''. E segue assim: ''Atualmente, sem a entrada das obras hoje previstas para entrarem em operação em 03/2019, a contingência da LT 525 kV Nova Santa Rita – Povo Novo já pode provocar restrição de geração na região Sul do Rio Grande do Sul (...)''. Significa que a possibilidade, ao menos teórica, de tirar do papel uma capacidade de quase 3 mil megawatts em geração a partir do vento estaria comprometida.

Leia outras informações da coluna de Marta Sfredo

Empreendedores do segmento avaliam que é possível reverter o obstáculo, cobrando da Eletrosul a entrega da obra no prazo previsto e fazendo articulação comos órgãos envolvidos no processo. Mas temem que falte tempo hábil para a negociação, porque embora o leilão esteja previsto para dezembro, existem prazos intermediários que precisam ser obedecidos para credenciar projetos. Para lembrar, o Estado foi pioneiro em energia eólica no país.

GZH faz parte do The Trust Project
Saiba Mais
RBS BRAND STUDIO

Perimetral

04:00 - 05:00