O verbo de Guedes
Na segunda-feira, o ministro Paulo Guedes abusou do verbo. Fez uma alusão irresponsável ao AI-5, e, ao ser questionado sobre a legalidade, foi irônico. Teve de ouvir advertências do Congresso e do STF. Na mesma entrevista, provocou especulação no câmbio ao afirmar que o dólar ficaria alto "por um bom tempo". Agentes do mercado foram testar qual seria a cotação tolerada pelo Banco Central.
A reação do dólar
No dia seguinte às declarações de Guedes, o dólar acentuou a escalada iniciada com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e os conflitos na América do Sul. A sucessiva quebra de recordes na cotação nominal obrigou o Banco Central a fazer quatro intervenções, três de surpresa e uma planejada, usando recursos da reserva. Embora sem considerar a inflação tenham sido as maiores cotações da história, para que o dólar alcance o nível de 2002, quando chegou a R$ 3,99, teria de ficar no mínimo em R$ 8.
Liberal, mas nem tanto
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto tomou uma decisão extrema: tabelou a taxa de juro do cheque especial. Seria estranho em um governo que se define como liberal na economia e conservador nos costumes, e ficou ainda mais pelo fato de ser neto de Roberto Campos, referência histórica do liberalismo no Brasil. A medida provocou reações no mercado e entre correntistas de bancos, que terão de pagar tarifa se quiserem manter a possibilidade de recorrer ao limite pré-aprovado.
Sinal corporativo
Pela primeira vez em Porto Alegre, o diretor-presidente da Gerdau, Gustavo Werneck, avisou que a siderúrgica vai acentuar ações nas áreas de diversidade, ambiente e ação social. Segundo o executivo, o primeiro fora da família Gerdau a comandar a companhia nascida na Capital, essa é uma jornada pela qual outros países já passaram e o Brasil terá de encarar por ser um país "muito preconceituoso".