Quando o dólar encostou em R$ 4,27, perto do meio-dia desta quarta-feira (27), o Banco Central (BC) voltou a intervir no mercado de câmbio, oferecendo dólares no mercado à vista, ou seja, das reservas internacionais que mantém. O efeito foi ainda menor do que na véspera, quando o BC fez duas operações desse tipo, sem grande queda na cotação de fechamento. A moeda norte-americana bateu mais um recorde em valor nominal, fechando em R$ 4,259, na prática R$ 4,26. Mas deu o recado de que a cotação tem teto: R$ 4,27.
Embora as causas incluam fatores externos, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e os conflitos na América do Sul, uma declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, feita na segunda-feira ainda ecoa no mercado de câmbio. Guedes afirmou que "é bom se acostumar com juros mais baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo".
Essas intervenções do BC têm provocado redução nas reservas internacionais do Banco Central. Em 26 de junho, haviam chegado ao ápice, de US$ 389,93 bilhões. Na segunda-feira (25), último dado disponível, estavam em US$ 367,75 bilhões. Houve uma redução nada desprezível de US$ 22,18 bilhões. A princípio, esse colchão de conforto para liquidez existe exatamente para isso, estar disponível em momentos de necessidade. Mas como a situação do Brasil não é exatamente de crise cambial, o preço já ficou bastante alto, e não fez tanto efeito quanto seria de se esperar de um "investimento" deste tamanho.