Não sem suspense, a reforma da Previdência enfim voltou a avançar no Senado. Não por acaso, no dia em que foram aprovadas as duas primeiras indicações para cargos no Conselho Administrativo de de Defesa Econômica (Cade). As reticências e os tempos do Senado, nas últimas semanas, geraram especulações sobre o que está de fato em jogo entre o destravamento da primeira reforma do governo federal e as negociações para indicação de Eduardo Bolsonaro para a Embaixada do Brasil em Washington.
Observadores privilegiados do governo Bolsonaro lamentam a decisão da ala política de não ter agido para colocar em votação o projeto apresentado ainda no governo Temer. Teriam sido poupados tempo e capital político. Afinal, restam ao Planalto ao menos duas reformas essenciais, a tributária e a administrativa.
Com a economia prevista em 10 anos no texto aprovado, de R$ 876,7 bilhões, a diferença em relação à proposta anterior diminui, assim como o apetite dos parlamentares por assumir mais desgaste ante seus eleitores.
Mais um dos sonhados trilhões do ministro da Economia, Paulo Guedes, ficam para trás. Outros dois viriam das privatizações, que andam em baixa velocidade, e da venda de ativos imobiliários da União, da qual nunca mais se ouviu falar. Mas em vez de reclamar e apontar "lobby de servidores", como fez na apresentação do primeiro relatório da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, Guedes reagiu bem:
– Espetacular. Trouxeram Estados e municípios para a reforma. Isso é muito bom para o país.
Até o horário de fechamento da coluna, ainda não havia segurança sobre a votação em primeiro turno no Senado. No mercado financeiro, circulava a informação de que, mesmo
que houvesse a primeira aprovação em plenário, a segunda dependeria de cumprimento de compromissos do governo com senadores. Foram necessários nove meses para gestar a primeira reforma. Ainda faltam duas para apenas aliviar os constrangimentos produtivos e fiscais do Brasil.
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