Esta segunda-feira (23) foi um dia tenso no câmbio. No Brasil, o dólar chegou a ficar a apenas R$ 0,01 de distância do recorde nominal histórico. A maior cotação foi registrada há pouco mais de um ano, no dia 13 de setembro de 2018, em R$ 4,1957. Na segunda-feira, atingiu R$ 4,185 durante a tarde, mas acabou fechando a R$ 4,17, com alta moderada de 0,44%. Além de inquietações com liquidez nos Estados Unidos, produção industrial mais baixa em quase sete anos na Alemanha voltou a espalhar temor de recessão global.
Nos países da zona do euro, os mais riscos da Europa com exceção do Reino Unido, o indicador de produção industrial também foi o menor em quase sete anos. Medidas excepcionais tomadas ainda na semana passada pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) também pesaram no humor de investidores por refletir uma preocupação central na crise de 2008: liquidez, ou seja, capacidade de transformar rapidamente aplicações ou investimentos financeiros em dinheiro disponível.
Na época, um dos responsáveis pela extensão da crise foi o chamado "empoçamento da liquidez", que travou negócios mundo afora. Nada indica que o mundo esteja às portas de um problema de mesma dimensão, mas a simples especulação sobre o alcance da dificuldade já deixou o mercado mais nervoso.
Na operação feita nesta segunda-feira (23) pelo Fed dos instrumentos destinados a dar liquidez, houve menos demanda do que oferta, jogou um pouco de água fria sobre o assunto em ebulição. Mas segue a inquietação de que o problema se agrave se houver desaceleração mais acentuada na economia norte-americana.