Depois de 16 meses, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) pode retomar o ciclo de corte na taxa básica de juro da economia brasileira. A próxima reunião para definir o nível da Selic, hoje em 6,5% ao ano, o menor já registrado, começa na terça (30) e termina na quarta-feira (31). A última ocasião em que o comitê reduziu o juro foi em março do ano passado.
Apostas de novo corte ganharam fôlego diante do cenário de fraqueza da economia, cujo desempenho provocou frustração de expectativas ao longo do ano. Além disso, inflação sob controle e possibilidade mais clara de aprovação da reforma da Previdência levaram analistas do mercado financeiro a projetar a baixa na Selic.
O setor de pesquisa econômica do Itaú Unibanco, por exemplo, avaliou que a ausência de corte na próxima reunião causaria "decepção". No meio empresarial, entidades como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) também passaram a prever baixa na Selic na quarta-feira.
Apesar de ser vista como estímulo ao consumo, a retomada dos cortes encontra incertezas quanto à sua eficácia. Mesmo com a Selic no menor nível histórico, o país segue com taxas comerciais elevadas. Em junho, linhas de cartão de crédito e rotativo superaram a barreira de 300% ao ano.
Para reduzi-las, o Banco Central tem de avançar na promessa de ações complementares que modernizem o setor financeiro e incentivem a maior competição bancária.