A fábrica de produtos de aveia Quaker, que funcionava em Porto Alegre desde a década de 1950, será fechada. Com isso, 180 funcionários serão desligados. Segundo a empresa, todos receberão um pacote financeiro, além das verbas rescisórias legais.
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação de Porto Alegre confirma negociações para além da verba legalmente prevista. Uma proposta está na mesa da empresa e deve ser respondida até amanhã.
Conforme Renato de Oliveira Borges, presidente da entidade, o número de desligamentos será de 165, dos quais 103 saem no dia 10. O restante deixa a empresa no início de junho. A dona da marca, a multinacional PepsiCo, que além da Pepsi vende alimentos e bebidas tão diferentes quanto Elma Chips e Kero Coco, decidiu terceirizar a produção.
O argumento é um pouco difícil de entender: como a Quaker é uma das "prioridades-chave" para o crescimento da companhia, produtos a base de aveia e milho serão terceirizados. A PepsiCo pondera que isso possibilitará acelerar as inovações e a expansão da marca no mercado brasileiro. Produtos de aveia, considerados saudáveis, estão entre os itens de alto crescimento de consumo no mercado.
A unidade da Quaker foi a primeira da marca originária do Estado de Ohio, nos Estados Unidos, que começou a operar em 1877. Para se instalar no Brasil, em 1952, inaugurou a primeira fábrica no ano seguinte, em Porto Alegre. Era o início da produção da aveia em flocos da marca. Em 1961, a unidade foi ampliada e passou a fabricar um novo produto a base de milho, a Polentina, uma espécie de polenta instantânea. É mais uma para reforçar a lista de ex-fábricas de Porto Alegre.
A Pepsico, uma gigante global que fatura US$ 65 bilhões por ano, afirma ainda que está promovendo o "reequilíbrio dos recursos", para que possa "seguir investindo em uma cadeia operacional mais eficiente". Em nota, a PepsiCo afirma que o "Estado do Rio Grande do Sul é estratégico" para seu negócio e reforça "firme compromisso" com funcionários, consumidores, parceiros de negócio e a comunidade local. Ainda conforme a empresa, os centros de distribuição de vendas no Estado empregam 560 funcionários e serão mantidos. Além disso, o Estado será o ponto de partida para a expansão do programa Mulheres com Propósito, com foco no empreendedorismo feminino.