Depois que a expectativa de anúncio da venda da Braskem para a LyondellBasell foi frustrado no final do ano passado, agora a conclusão do negócio é prevista para qualquer momento. Nesta quinta-feira (14), a indústria petroquímica brasileira anunciou o balanço de 2018, com lucro de R$ 2,86 bilhões, 30% abaixo do ano anterior. Apesar do resultado menor na última linha, a empresa teve alta de 187% na geração líquida de caixa (pelo indicador conhecido como ebitda) em relação a 2017, para R$ 7 bilhões.
Conforme João Luiz Zuneda, diretor da consultoria Maxiquim, especializada no segmento, resultados mais apertados foram característica da indústria petroquímica no ano passado. Lucro menor, portanto, não terá qualquer impacto no negócio. No total, a Braskem teve aumento de 2,4% na demanda de resinas plásticos (polietileno e PVC, entre outras). A empresa tem produção também nos Estados Unidos, no México e na Europa. No Brasil, as vendas caíram 2% ante o ano anterior.
Ao anunciar os resultados do segundo trimestre do ano passado, o CEO da empresa, Fernando Musa, havia creditado boa parte da piora no desempenho no período à greve dos caminhoneiros, que reduziu a utilização da capacidade das plantas no Brasil em até 50% durante a mobilização. Esse efeito se refletiu no balanço anual.
A expectativa do mercado é de que a venda da Braskem seja detalhada nas próximas semanas e inclua a participação da Petrobras. O negócio começou com uma negociação
entre a Odebrecht, controladora da petroquímica, com 51% das ações ordinárias, e a LyondellBasell. A Petrobras, considerada uma "minoritária relevante", tem 47%. Como
a estatal brasileira está em plena fase de desinvestimento, quer dizer, vendendo negócios não estratégicos, deve acompanhar a oferta e se desfazer da presença em petroquímica.
Neste mês, em que ocorrem vários eventos internacionais do setor de petróleo e petroquímico, o CEO da LyondellBasell, Bob Patel, foi visto com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.