Na estrutura de governo de Eduardo Leite, haverá espaço para um escritório de desestatização. Apesar do compromisso do governador, explicitado durante a campanha, com a privatização de CEEE, Sulgás e CRM, outras áreas devem ser oferecidas à iniciativa privada. Mas há pelo menos duas estatais que não devem ser perder controle público: Banrisul e Corsan. No caso do banco, Leite tem dito a interlocutores – alguns dos quais defendem a venda – que a manutenção do controle público foi alvo de "forte compromisso" durante a eleição. No caso da estatal de abastecimento e saneamento, a expectativa é dar "gestão de mercado" e aproveitar a base para formação de parcerias público-privadas.
No Banrisul, todo o foco do governo será manter o controle público, com ao menos uma operação de venda de ações. Embora tenha citado publicamente a possibilidade de retomar a opção da separação e venda de parte da operação de cartões (Vero), Leite tem admitido internamente a hipótese de analisar a venda do excedente das ações ordinárias. O que está claro para o novo governo é que é preciso definir e escolher entre uma e outra. No Piratini, a avaliação é de que há "bons argumentos técnicos" para as duas opções.
As três estatais que o governo Leite já avisou que pretende privatizar – CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM) – estão todas sob uma nova estrutura, a Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura, que une as áreas ambiental e de Minas de Energia da administração Sartori. O secretário Artur Lemos afirma que vai manter diálogo permanente com a Assembleia Legislativa sobre a venda – a venda do controle dessas estatais depende de plebiscito ou aprovação de dispensa de consulta pública pelos deputados. Pondera, porém, que ao ser explicitada durante a campanha, a intenção recebeu "validação das urnas".