Uma sucessão de momentos de expectativa, euforia e frustração marcou até agora a passagem do presidente Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Se o discurso na terça-feira frustrou investidores, as afirmações mais incisivas do presidente e de seu superministro Paulo Guedes em entrevistas exclusivas e eventos paralelos sobre medidas para tentar tirar o país da crise fiscal voltaram a injetar otimismo no mercado brasileiro nesta quarta-feira.
Bolsonaro disse à Bloomberg que os militares, em um segundo momento, darão sua cota de sacrifício na reforma da Previdência. A conferir. Guedes acenou com a possibilidade de reduzir impostos de empresas, de 34% para 15%, com a compensação de começar a taxar dividendos e juro sobre capital próprio pagos pelas companhias aos acionistas _ o que, aliás, o mundo todo faz.
Com o Exterior positivo, foi a senha para o índice Ibovespa renovar a maior pontuação intradiária, alcançando 96,5 mil pontos pouco antes das 13h, com uma alta de 1,5%. No radar, a entrevista que em minutos seria concedida em Davos por Bolsonaro, Guedes e outros ministros. Enfim, a oportunidade de tentar extrair detalhes da proposta para a Previdência. A surpresa foi que Bolsonaro cancelou a agenda e foi seguido por seus auxiliares.
A euforia virou sorriso amarelo e a bolsa perdeu metade da alta. Mas a gangorra de emoções seguiu. Em nova entrevista à Bloomberg, Guedes garantiu que a Previdência é prioridade. Voltou a prometer que vai zerar o déficit este ano, com a ajuda de US$ 20 bilhões em privatizações.
Foi um novo empurrão para a bolsa. O Ibovespa encerrou em alta de 1,52% e marcou novo fechamento recorde, aos 96,55 mil pontos. O dólar caiu 1,1%, para R$ 3,76.