Cada área do latifúndio do superministério da Economia vê seu segmento como prioritário, mas a missão 001 do governo Bolsonaro será mesmo a reforma da Previdência. Interlocutores do presidente eleito afirmam que a decisão está tomada, e relativizam declarações contraditórias como a de que as mudanças seriam “fatiadas”. Nessa interpretação, é um recado de que haverá transição, não uma reviravolta abrupta.
Para evitar disputas entre grupos que defendem projetos diferentes, foi formada uma comissão consultiva com vários especialistas na área. A primeira reunião técnica presencial está prevista para a primeira quinzena de janeiro. Isso significa que não há pressa. A proposta do novo governo só irá para o Congresso quando os novos eleitos tomarem posse. A intenção é evitar desgaste com parlamentares que não vão se envolver na aprovação – como espera o governo, até meados do ano.
O principal objetivo da formação do grupo é evitar polêmicas entre vários especialistas que contribuíram com ideias e obter uma proposta final que seja palatável no Congresso. Formuladores de planos e integrantes da equipe econômica que não são da área admitem que, se necessário, pode ser aprovada uma reforma emergencial, para evitar o agravamento do déficit da Previdência, e um tema caro ao novo governo, a introdução do sistema de capitalização, em que cada trabalhador poupa para a própria aposentadoria, fique para mais tarde. No meio, pode vir a tão esperada reforma tributária.