A taxa de desemprego no Rio Grande do Sul oscilou para baixo nos dois últimos trimestres, mas o movimento está longe de significar mercado de trabalho mais forte. Há notícias preocupantes nos números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, divulgada durante a semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados para as unidades da federação.
O percentual de desocupados no Rio Grande do Sul foi de 8,2% no terceiro trimestre, abaixo dos dois períodos imediatamente anteriores (8,5% e 8,3%, respectivamente), mas acima de um ano antes (8%). Pode parecer uma boa nova o aparente aumento do emprego com carteira assinada, mas os números, como são uma amostra, indicam estabilidade do quadro no Estado, diz Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. O volume de celetistas observado no Estado foi de 2,198 milhões, 1,3% acima do intervalo de três meses entre abril e junho, mas 0,7% abaixo de um ano atrás.
— O que há no Rio Grande do Sul é uma estagnação preocupante, que incomoda — define Azeredo.
Entre os principais indicadores, os que apresentam variação considerada significativa são negativos. No Estado, a força de trabalho — formada por ocupados, subocupados ou desempregados — caiu 2,4% no intervalo de 12 meses, para 5,961 milhões de pessoas. O equivalente a 144 mil indivíduos a menos. A principal influência foi justamente a redução dos ocupados, grupo que recuou 2,5%, ou 139 mil pessoas a menos. Ao mesmo tempo, a população fora da força de trabalho cresceu 5,2%.
A quantidade de desalentados — aqueles que acabam desistindo de procurar emprego — ficou parecida com o terceiro trimestre do ano passado. Eram 82 mil e, agora, são uma população de 83 mil. Chama a atenção, no entanto, que é o segundo maior número da série histórica. O mais alto foi verificado entre abril e junho do ano passado (93 mil). Mas, na comparação com o segundo trimestre deste ano, a variação foi de 9,9%. Ou seja, diante da dificuldade em conseguir trabalho, mais gente preferiu desistir de buscar ocupação.