Na contramão da expectativa da equipe do governador eleito Eduardo Leite, o Banrisul anunciou em fato relevante na manhã desta terça-feira (20), que vai mesmo distribuir
R$ 353,3 milhões a seus acionistas. Apenas cerca de metade desse valor vai reforçar os cofres do Estado neste momento de escassez. O restante será distribuído aos demais acionistas, conforme a própria instituição descreve no documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A redução de capital estava atrelada à oferta de abertura de capital da Banrisul Cartões (Banricompras). A expectativa era de vender as ações dessa empresa, que seria separada do restante do banco e teria capital aberto, e remunerar o governo do Estado, principal acionista, com o equivalente dessa fatia obtido na venda das ações. A expectativa de retorno era bilionária. Como o mercado de capitais não teve o desempenho esperado, com muita volatilidade, o Piratini optou por cancelar a venda das ações, mas não aceitou rever a forma ou o prazo da redução de capital, como gostaria Leite.
Conforme o fato relevante, o pagamento aos acionistas será feito no dia 30. Segundo o site do Banrisul, neste momento o Piratini detém 49,89% do capital total do banco. Isso significa que o governo do Estado vai reforçar sua receita de final de ano com cerca de R$ 175 milhões. As regras da redução de capital determinam que todos os acionistas sejam tratados da mesma forma, ou seja, em um momento em que falta dinheiro para despesas essenciais, como folha de pagamento e repasses a hospitais, o Banrisul vai distribuir recursos.