O desemprego que afeta 12 milhões de brasileiros agravou um problema antigo no Brasil, o desequilíbrio nas contas da Previdência. Com menos postos de trabalho, também cai a contribuição para o sistema, tanto de empregados quanto de empresas. O peso do pagamento de aposentadorias no orçamento federal subiu de 32% em 2010 para 48% em 2017. Outro desequilíbrio diz respeito do déficit per capita.
Para 33 milhões de trabalhadores na iniciativa privada, o rombo é de R$ 152 bilhões. Para um milhão de servidores públicos, civis e militares, alcança quase metade disso, R$ 77 bilhões. É esse desbalanço que gera comentários sobre os "privilégios" bancados pela Previdência. Enquanto o pagamento médio aos aposentados do INSS é de R$ 1,4 mil mensais, no Judiciário chega a R$ 16,9 mil e, no Legislativo, R$ 25 mil. Existe uma proposta de reforma previdenciária no Congresso, que o presidente Michel Temer manifestou intenção de acelerar antes do final do ano.
Jair Bolsonaro (PSL)
Em entrevista, em fevereiro, defendeu uma reforma gradual da Previdência, ou seja, aumentando a idade mínima ano após ano e "começando pelo setor público". No entanto, é contra mudanças nas regras para militares. Já o candidato a vice, Hamilton Mourão, defende que o atual projeto seja votado ainda este ano. No plano de governo, indica a criação de um "sistema com contas individuais de capitalização".
Fernando Haddad (PT)
No plano de governo, enfatiza ser contrário a "reformas neoliberais da Previdência Social". Propõe que o equilíbrio seja obtido com criação de empregos e formalização de atividades econômicas. No último debate, na quinta-feira passada, deixou claro ser favorável à reforma, mas afirmou que não é possível ter a mesma idade mínima para todos. Propôs definições conforme expectativa de vida de cada região e renda.
Ciro Gomes (PDT)
Afirma que o atual modelo de Previdência "morreu" e propõe outro regime, de capitalização. A adoção do sistema de poupançaa própria seria adotado para a parte da aposentadoria que o trabalhadores quisesse receber acima do teto, que pretende reduzir dos atuais R$ 5,5 mil para algo entre R$ 3 mil e R$ 4 mil. No plano de governo, garante benefícios do governo para políticas assistenciais e menciona "idades mínimas diferenciadas por atividade e gênero".
Geraldo Alckmin (PSDB)
Em entrevistas, diz que quer reforma previdenciária que acabe com diferenças entre o regime geral de previdência do setor público e do setor privado. Em seu plano de governo, afirma que quer "um único regime (previdenciário) para todos os brasileiros" e implementar um sistema híbrido de capitalização e repartição "quando os desequilíbrios atuais estiverem corrigidos".
Marina Silva (Rede)
A candidata também quer propor regime de capitalização. Afirma que a idade mínima para aposentadoria deve diferenciar gêneros, dada a dupla jornada das mulheres. Apesar de insistentemente perguntada, não definiu que idade seria. Em seu plano de governo, afirma que as novas normas terão prazo de transição para que "não prejudique quem está prestes a se aposentar".