O negócio que começou com uma oficina de pranchas na garagem do Castelinho da Vila Assunção atraiu atenção internacional. A Oric recebeu encomenda de pranchas da Quicksilver, uma referência no surfe, que representa uma espécie de chancela de
qualidade à empresa de Porto Alegre.
A Oric nasceu quando Guilherme Paz, advogado descontente com a escolha profissional, quis atender ao pedido do filho: uma prancha laranja. Foi procurar o shaper (profissional que projeta e modela o equipamento) Ciro Buarque, que havia começado a atuar usando como marca seu nome ao contrário (Oric).
Guilherme propôs alavancar o negócio e Ciro virou sócio minoritário. Um surfista formado em Gestão e com experiência como executivo de grandes empresas, o pernambucano Thiago Telles passou a assessorar o desenvolvimento da empresa. Ele havia conhecido Guilherme em Fernando de Noronha,
que os dois chamam de "Hawai brasileira".
Contando o "castelinho", a Oric já investiu R$ 4,2 milhões até agora. Boa parte foi para fazer reformas no imóvel. Patrocina atletas brasileiros em competições internacionais, inclusive o gaúcho Gustavo Borges (homônimo do nadador). Além de pranchas, a marca já está em capas de equipamento, óculos, mochilas e roupas ecológicas, feitas com plástico tipo pet reciclado e algodão orgânico.
– Não há projeto de surfe no Brasil que tenha investido tanto, mas o retorno deve vir com o tempo, não tenho pressa. A Oric "aconteceu" antes fora do Estado, só agora que começa a ter mais visibilidade por aqui – diz Guilherme.
Em outubro, abre um espaço de coworking no castelinho. A produção em Porto Alegre está ao redor de 50 ao mês, mas a Oric já examina a possibilidade de ampliar a capacidade. A receita também é reforçada pelo aluguel da casa para eventos, de cenário para comerciais a casamentos.
– Tudo que gera riqueza fica na empresa. Estamos prevendo que o surfe tenha forte crescimento a partir da próxima Olimpíada, em 2020, em Tóquio. E o novo "pico" (local com boas ondas para prática do esporte) mundial é Portugal. Estamos estudando como atuar por lá. Começamos um levantamento de custos e pensamos em ter presença física por lá – avisa Guilherme.