A belíssima apresentação da dupla Filipe Toledo e Gabriel Medina nas ondas artificiais de Kelly Slater, no último final de semana, mostrou a realidade de forma muito clara para quem ainda prega a cautela e o discurso do "pezinho no chão": a temporada 2018 do surfe mundial será, mais uma vez, verde e amarela. Já é nossa! E digo mais, a disputa pela taça se limitará apenas aos dois surfistas paulistas, em uma briga interna e limpa. Interna porque o Brasil domina (sem exagero) a modalidade atualmente. E limpa porque o lifestyle do surfe é pautado pelo respeito e amizade.
Com Medina e Filipinho dominando o cenário internacional, não é loucura afirmar que o Brasil conquistará seu terceiro título ao final do ano. O bicampeonato de Gabriel, campeão em 2014, ou a primeira taça de Toledo, atleta que vem batendo na trave nos últimos três anos.
Nada do que escrevo é achismo. Em oito etapas disputadas, de um total de 11, SETE foram conquistadas por brasileiros: duas de Filipinho, duas de Medina, duas de Italo Ferreira e uma de Willian Cardoso. Além de inédito, o Brasil faz a sua melhor temporada na história da elite do surfe mundial. É simplesmente inacreditável. Escrevam: impossível o caneco não ser nosso.
Obviamente, não podemos (e nem devemos) descartar Italo da disputa pelo troféu, mas a consistência e a regularidade do surfe apresentados pelo líder e pelo vice-líder do ranking, neste ano, tornam ambos extremamente favoritos. Na etapa disputada no rancho do norte-americano 11 vezes campeão mundial, localizado no interior da Califórnia, vimos um duelo eletrizante proporcionado pelos integrantes da Brazilian Storm. A vitória de Medina no evento silenciou os críticos que afirmavam que a piscina seria melhor para pés regulares, sendo que o brasileiro é goofyfooter. Já Filipinho tirou a maior nota da etapa, com uma direita de 9.8 pontos.
A próxima parada é na França, etapa que Medina conhece muito bem. Campeão do evento no ano passado, o surfista de Maresias irá defender o título entre os dias 3 e 14 de outubro. Aliás, Medina larga na frente no confronto pela taça do mundial. Uma vez campeão, o paulista de 24 anos já passou pela ansiedade da conquista. Após faturar o primeiro título do Brasil na modalidade, Medina viveu altos e baixos no circuito. Parece calejado. Por sua vez, Toledo dorme e acorda com o peso da lycra amarela nas costas. O atleta de 23 anos é líder e precisa manter o bom momento para conquistar seu primeiro título.
Ao que tudo indica, as três últimas etapas do ano prometem pegar fogo.