Com o Jeep Compass na liderança das vendas de utilitários esportivos e a Toro liderando o mercado de picapes, a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) do Brasil tem planos tão robustos quanto os seus veículos de sucesso recente. Em sua primeira passagem pela Expointer, Antonio Filosa, italiano de Nápoles que assumiu a presidência no Brasil em março passado, disse à coluna que um dos objetivos de sua presença no país é elaborar um plano de negócios de R$ 14 bilhões para os próximos seis anos.
– Espero que meu investidor aprove rapidamente – disse, em português perfeito e um leve sotaque napolitano.
Na avaliação de Filosa, o Rota 2030, programa que definiu as regras de tributação do setor automotivo dá "previsibilidade aos negócios" em um mercado tão importante quando o Brasil que, mesmo durante a crise mais profunda, vendeu 2 milhões de unidades.
A única ressalva feita pelo executivo é que o programa "se fundamenta sobre premissas que temos de demonstrar", ou seja, existem condicionantes. Mas destacou o fato de a Toro ter sido 99% feita por brasileiros: desenho, projeto e produção.
– Sou da manufatura, tenho graxa nas mãos. A FCA tem quase cem plantas no mundo, conheço 80 e percebi que o profissional do Brasil é diferenciado.
Para o presidente da FCA, o mercado de veículos no Brasil vem crescendo, com maior velocidade em SUVs e picapes – "tudo o que é ligado ao negócio". Considera ultrapassada a crise recente na relação com os revendedores que afetou Fiat, mas principalmente a Jeep.
– Houve algum momento de pequeno conflito, sobretudo dada a queda de volumes do mercado como um todo, mas agora estamos nos relacionando positivamente com as duas redes, uma tradicionalmente forte como a Fiat e outra novamente forte como a Jeep.