Desde que a greve do transporte rodoviário expôs o desequilíbrio provocado pelos reajustes de preços nos combustíveis, que chegaram a ser diários, o Brasil está em suspense para saber qual será a alternativa. Se a política adotada na gestão de Pedro Parente na Petrobras custou uma paralisação que desarrumou a economia já fragilizada e o próprio cargo do executivo, a fórmula anterior, que debilitava a estatal ao represar aumentos de custo que tinham de ser bancados pela companhia quase a levou à pane seca.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP), que regula o setor, abriu um período para receber contribuições no início de junho. No jargão da agência, era uma "tomada pública de contribuições", concluída em 2 de julho.
Agora, está elaborando o que chama de "proposta de resolução", que planeja apresentar até o próximo dia 14, para em seguida abrir processos formais de consulta e audiência pública. Ou seja, até a próxima terça-feira, os brasileiros vão conhecer as propostas para a frequência de reajustes de gasolina e diesel.
Na semana passada, a Petrobras anunciou lucro de R$ 17 bilhões no primeiro semestre. Esse lucro bilionário foi obtido entre abril e junho, exatamente no período em que os brasileiros mais sofreram com a alta do preço dos combustíveis – uma das fontes dos ganhos da estatal. Foi a indignação com aumentos quase diários que gerou um inesperado e quase inexplicável apoio à greve – de cidadãos e até de entidades empresariais – que interrompeu as estradas e a tímida reação esboçada até então.