Correção: na linha de apoio o certo é o resultado, de R$ 10,1 bilhões, superou em muito as expectativas. Foi o melhor trimestre desde igual período de 2011, e não CEO da operadora, o gaúcho Paulo Cesar Teixeira segue em busca da liderança, e diz que está 'dando um X neles todos' como publicado entre 19h05min e 13h50min de 03 a 06 de agosto. O texto já foi corrigido.
A alta de 3,43% nas ações da Petrobras nem entrou nas cinco maiores da bolsa, na sexta-feira. Mas o volume negociado em papéis da estatal foi essencial para elevar o Ibovespa em 2,26%. A média não subia nessa proporção desde 19 de junho.
No dia anterior, a empresa já havia se valorizado por conta da expectativa de que o lucro do segundo trimestre ficasse perto de R$ 7 bilhões. O resultado, de R$ 10,1 bilhões, superou em muito as expectativas. Foi o melhor trimestre desde igual período de 2011. No semestre, a Petrobras acumula ganhos de R$ 17 bilhões. Parece ter voltado aos bons tempos, mesmo depois da saída de Pedro Parente.
É bom para a estatal, que havia se fragilizado e endividado pela baixa no preço do petróleo, com pior momento em janeiro de 2016, e pelos desvios apontados pela Operação Lava-Jato. É bom para o mercado, que reage a um vale profundo entre maio e meados de junho. Mas o que é doce para a companhia e para investidores tem sabor amargo para o brasileiro médio, que não tem papéis da Petrobras.
Esse lucro bilionário foi obtido entre abril e junho, exatamente no período em que os brasileiros mais sofreram com a alta do preço dos combustíveis – uma das fontes dos ganhos da estatal. Foi a indignação com aumentos quases diários que gerou um inesperado e quase inexplicável apoio à greve – de cidadãos e até de entidades empresariais – que parou as estradas e a tímida reação esboçada até então.
Um dos aspectos mais valorizados pelos analistas nos detalhes do balanço trimestral da Petrobras é a redução no endividamento. Considerando que é a maior dívida corporativa do mundo, o alívio é importante também para o brasileiro comum. Mas o bolso em crise da população seria grato a uma política que equilibrasse ganhos sustentáveis para a empresa que ainda tem monopólio de refino na prática, ainda que quebrado legalmente, com valores de gasolina e diesel na bomba que não consumissem salários também fragilizados. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) prepara uma proposta para a nova política de preços. Deveria contabilizar esses bilhões.