Na bagunça em que se transformou o setor elétrico no Brasil, o setor de transmissão é o mais organizado. Esse segmento que representa uma espécie de ponte entre grandes hidrelétricas, térmicas ou parques eólicos e o consumidor final é o que tem regra mais estáveis, apesar de também enfrentar problemas. Li Xiaoming, executivo da Shanghai Electric que assinou o acordo em nome de sua empresa nesta segunda-feira (27), no Palácio Piratini, falou – com cautela, como se pode ver – à coluna. A Shanghai está assumindo a responsabilidade pelas obras do Lote A –
1,9 mil quilômetros de linhas, oito novas subestações e 14 ampliações em subestações atuais – disse à coluna que a empresa estreia no Brasil com esse contrato, mas quer em investir também em geração. A empresa deve trazer bem mais do que os R$ 3,9 bilhões que o pacote representa.
Por que a Shanghai faz investimento tão grande no Brasil nesse momento?
É nosso primeiro investimento no Brasil. É um mercado tão grande. A Shanghai é especialista em geração, transmissão e distribuição de energia, em projetos de EPC (contrato para realização de obras com responsabilidade por todos os processos).
A empresa viu nesse projeto uma oportunidade para entrar no Brasil?
Exato. É uma ótima oportunidade.
A Shanghai teme os riscos do mercado de energia do Brasil?
Sim, também vemos muitos risco. É muito diferente da Europa, da Ásia e da África, onde já operamos.
A Shangai tem planos de fazer mais investimentos no Brasil, além deste?
Sim, queremos mais investimentos. Vamos investir em geração de energia. Temos experiência em geração a partir de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás natural), em energia eólica.
No RS ou em outros Estados?
Isso é confidencial.
A Shanghai tem intenção de trazer equipamentos que produz na China para executar a obra do Lote A?
Estamos avaliando, porque há uma questão de tributação a resolver. Os impostos para trazer ao Brasil são muito elevados. Vamos tentar negociar para resolver.