Depois da publicação da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), que mostra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente na preferência do eleitorado, o dólar subiu nesta segunda-feira (20). Chegou a ser negociado por R$ 3,97 na cotação comercial, mas acabou fechando a R$ 3,958, ainda a maior cotação em dois anos e meio. Em 29 de fevereiro de 2016 (o ano era bissexto, e o momento era o do pré-impeachment), havia fechado em R$ 4,003.
Pela manhã, havia subido e voltado a se acomodar , como em vários dias da semana passada. À tarde, voltou a subir, depois de comentários de integrantes do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), de que há preocupações com o futuro da Turquia e da Venezuela.
Em dia de mercado externo relativamente benigno, sem novos sobressaltos em relação à Turquia, as declarações sobre a inquietação norte-americana com países em situação econômica delicada representaram a maior pressão externa para elevação do dólar em relação a outra moedas. Mas o cenário eleitoral foi apontado por analistas como principal motivo da desvalorização do real ante as verdinhas.
Na semana passada, o mercado também havia se estressado com o resultado de outra pesquisa eleitoral, no caso, encomendada por uma instituição financeira. No levantamento da CNT, Lula, que foi condenado em segunda instância e, portanto não pode ser candidato, por não se enquadrar na Lei da Ficha Limpa, aparece na liderança das preferências. Analistas costumam atribuir ao "mercado" - conjunto de investidores que atuam especialmente na bolsa e no câmbio – a torcida por um candidato que encaminhe reformas como a da Previdência, considerada essencial para o reequilíbrio das contas públicas.