Depois de recentes vendavais, o tempo ficou mais tranquilo no mercado financeiro. Nesta quarta-feira (25), a bolsa de valores de São Paulo fechou em alta de 1,34%, a 80.218 pontos, o maior nível desde 23 de maio. Ao final da sessão, o dólar teve queda de 1,09%, cotado a R$ 3,70, o menor patamar desde 25 de maio.
Os resultados refletem movimentações no radar externo. Após reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, Donald Trump afirmou que os Estados Unidos e a União Europeia trabalharão para zerar tarifas. A leitura de investidores é de que a declaração ajuda a frear possíveis efeitos de uma guerra comercial.
Na segunda-feira, a China havia confirmado ações de estímulo à economia local, como redução de impostos. Na ocasião, o anúncio também repercutiu de maneira positiva no mercado financeiro.
– Os impactos de uma guerra comercial entre China e EUA seriam negativos, com a contração do comércio internacional – afirma o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro.
Para o analista Valter Bianchi Filho, sócio-diretor da Fundamenta Investimentos, a economia chinesa fortalecida tende a beneficiar parceiros como o Brasil. No Estado, os asiáticos são responsáveis por investimentos em áreas como a de energia.
– A China vem passando por processo de desaceleração de seu crescimento, o que é normal. É uma grande compradora de commodities brasileiras. Então, o país indo bem é uma boa notícia para nossas exportações – sublinha Bianchi Filho.
No cenário nacional, investidores seguem atentos as desdobramentos da corrida eleitoral e depositam simpatia em candidatos pró-reformas. Balanços de empresas com números positivos também aumentam a confiança. Ao avaliar o horizonte para o mercado financeiro, Bianchi Filho ressalta a existência de incertezas. As dúvidas são provocadas, principalmente, pelas eleições presidenciais. Ou seja, o tempo pode fechar até outubro.
– Tudo dependerá da agenda eleitoral – pontua o analista.