Na quinta-feira, quando a greve dos caminhoneiros ainda era um sério obstáculo à mobilidade, um grupo de 17 chineses desembarcou no Rio Grande do Sul. São técnicos da China Railway First Group (CRFG) que estabeleceram em Canoas uma base provisória da empresa no Brasil. O time, que inclui a linha de comando de engenharia do grupo, instalou-se depois que Liu Hui, vice-presidente da CFFG, deu sinal verde para o processo de transferência tecnológica e para os empreendimentos previstos na China.
Hui esteve em Porto Alegre no dia 20 de maio, relata Marcus Coester, CEO da Aeromovel do Brasil SA, que ficou impressionado com a extensão do conhecimento do chinês sobre o negócio. As duas empresas – Aeromovel (sem acento...) e CRFG – tem um pré-acordo de exclusividade recíproca na China. Coester esclarece que é uma espécie de licenciamento, mas os termos exatos ainda estão sendo definidos.
O primeiro sinal concreto será a construção de uma linha de aeromóvel (com acento, porque é o meio de transporte) de três quilômetros em Xian – cidade que se tornou famosa fora da China pelos seus soldados de terracota. Além dessa, há pelo menos outras oito oportunidades mapeadas pela companhia ferroviária chinesa, além da criação de um centro de pesquisa e desenvolvimento e da aplicação da tecnologia em outras finalidades.
O envolvimento no negócio de um executivo do nível do vice-presidente da CRFG é interpretado como um sinal do tamanho do interesse dos chineses no acordo. Nos contatos com autoridades no Estado, o habitualmente sisudo Liu fez uma promessa: um gaúcho poderá andar de aeromóvel em 2019. Ao menos, na China.