No meio da confusão provocada pela paralisação dos caminhoneiros, uma empresa de distribuição de produtos médico-hospitalares conseguiu furar bloqueios e entregar medicamentos em pontos mais distantes dos centros de fornecimento, que ficam, em maioria, na Região Metropolitana. A Medlive, de Vera Cruz, Vale do Rio Pardo, manteve as entregas durante toda a duração da greve, relatou à coluna a gerente de negócios, Soraia Debiasi. Utilizando a frota própria de pequenos caminhões, caminhonete e até automóveis, com apoio de parceiros logísticos, empresa atendeu a demandas prioritárias.
– A gente vai com o carro bem lotado, mas não deixamos os clientes desabastecidos. Atendemos principalmente a urgências na área de oncologia, transplantes, cirurgias. Quando éramos parados em algumas barreiras, conseguíamos passar apresentando as notas fiscais – conta Soraia.
Apesar do esforço pontual, farmácias e hospitais do Interior foram os que mais sofreram com a greve, observa o presidente da Associação dos Distribuidores de Medicamentos do Estado do Rio Grande do Sul (Adimers), Márcio Cervo. Medicamentos de tratamento de câncer (oncologia) estão entre o que mais faltaram, por serem distribuídos conforme a demanda.
Ainda há relatos de farmácias com falta de medicamentos, afirma Cervo, que também recebeu informação de falta de soro fisiológico da defesa civil de Frederico Westphalen. Sua estimativa é de que será necessária, no mínimo, uma semana para que a distribuição de medicamentos se normalize no Estado.