A manhã desta quinta-feira (31) é marcada pelo retorno de muitos produtores e compradores à Ceasa, em Porto Alegre, diante da desmobilização da greve dos caminhoneiros. A central de abastecimento registra movimento de chegada de caminhões carregados de alimentos, diferente dos últimos dias, quando muitos não conseguiram chegar.
O presidente da Ceasa, Ernesto Teixeira, prevê que serão necessários três dias úteis para a normalização total da comercialização e do abastecimento no Rio Grande do Sul. Assim, a previsão é de que, se não houver novos problemas, tudo esteja normalizado na semana que vem.
— Precisamos ver como será ao longo do dia, mas a previsão é de que a comercialização comece a se intensificar na Ceasa. Hoje vai ser o melhor dia de todos em relação à última semana. Tudo o que dependia de estradas não veio nos últimos dias. Produtores de perto ainda conseguiram chegar, mas produtos de fora do Estado não vieram.
O comprador Leodir de Gasperi, dono de fruteira e de mercado, diz que este é o primeiro dia de aparente normalidade.
— Ficamos praticamente esse período da greve sem fazer compra, porque não tinha acesso a mercadoria, e quem produzia não conseguia entregar pra gente. Hoje a situação está começando a estabilizar. Alguma mercadoria ainda está um pouco mais cara do que no começo da greve, mas isso é natural. Hoje é o dia em que estou encontrando mais variedade.
Apesar de não ter tido grandes perdas, a produtora Silvia Ribeiro afirma que os últimos dias foram difíceis.
— Os últimos dias foram bem estressantes. Estamos voltando hoje depois de oito dias. Na última semana, tinha muitos poucos comerciantes. Eu tenho sorte porque trabalho com batata doce, repolho e couve-flor, mercadorias que ainda aguentam um pouco, então não tive grandes perdas.
O produtor Vanderlei Tôrres, porém, não teve a mesma sorte: relata perdas de R$ 10 mil.
— Eu estava há 10 dias sem vir. Vim hoje porque consegui, antes não estava conseguindo. Trabalho com couve-flor, vagem e beterraba. Hoje muitos clientes ainda não vieram, mas acho que até domingo já vai estar normal.
A Ceasa vai abrir na sexta (1º) e no sábado (2) e avalia abrir também no domingo (3), já que é uma "época de exceção", como define o presidente. Ainda não há levantamento de qual foi o prejuízo neste período. Produtos como tomate, cebola, batata e banana foram os que mais tiveram aumento de preço.